quinta-feira, 29 de abril de 2010

Estou farta, farta, farta, farta.
Farta de estar triste, de estar embirrenta, de não poder desabafar, de quando desabafo me sentir estúpida, ridícula, mimada, anormal.
Tenho tanta merda dentro de mim que preciso de deitar cá para fora, tudo me faz estar ansiosa, tudo me deixa sem respirar, tudo me deixa stressada.
De que me adianta dizerem-me "tens que aprender a controlar os nervos" como o E. faz? Eu não sei controlar os nervos. Eu não tenho porra de tempo para fazer ioga, ou reiki, ou meditação, ou desporto. Eu trabalho, eu estudo e eu moro em 3 cidades diferentes. Passo o dia sentada, quando não é a trabalhar, é a estudar, quando não é a estudar, é a conduzir, estou farta de não ter 5 minutos para mim.
Tenho um ambiente em casa que é de cortar à faca, todos os dias há discussões, e eu já não aguento muito mais. Nunca ninguém faz nada bem, está sempre tudo com defeito, a minha família já não fala uma com a outra, gritamos uns com os outros, perdemos por completo a capacidade de simplesmente aproveitar o milagre que é ter uma família.
É horrível, sei que sou má pessoa por dizer isto, mas o que me apetece é pegar numa mala, sair de casa e fazer-me à vida. Ir morar com o E. mesmo sem estar casada, mesmo que isso signifique ir contra a vontade dos meus pais.
Fogo, tenho 25 anos, não 5. E faço tudo para os agradar, e nunca nada está bem, nunca nada serve, nunca nada está perfeito, há sempre algo a criticar.
Tive 18 numa frequência super dífícil. Ouvi um parabéns "resmungado" e quando tentei voltar a referir o facto, ainda fui gozada "queres que me ponha aos pulos?". Não... queria que ficasses contente. Mas deve ser pedir de mais.
Eu tenho que dar desconto a toda a gente. à minha mãe porque está com depressão. ao meu pai porque se vai reformar e tem problemas com o filho mais velho. à minha irmã porque enfim é adolescente e tem uma vida ocupada entre o conservatório e as aulas e as gravações.
E a mim, quem me dá desconto?
Quem me dá desconto por trabalhar dia após dia após dia após dia, semana após semana, mês após mês num trabalho que detesto, que me estagna, em que sou constantemente barrada, em que sou constantemente gozada, um trabalho que não me deixa ter tempo para estudar o que mais gosto, um trabalho que prejudica o meu estudo, que pode prejudicar o final da minha licenciatura?
Quem me dá desconto por me sentir furstrada, por me sentir falhada, por sentir que nunca faço nada bem?
No outro dia o meu noivo disse-me que gostaria mais de mim se eu tivesse um corpo como o das revistas. Doeu-me... eu iniciei ontem um tratamento para a obesidade. Sim, é verdade. Engordei imenso, não por nada que coma de errado, mas por qualquer razão estranha. Ele sabe que eu sou sensível a isso, e vai-me dizer uma coisa dessas? E depois é sempre "desculpa, não pensei que levasses a mal".
Sinto-me triste, apetece-me chorar, apetece-me desabafar, e não tenho ninguém, só este blog. A Cr. é muito minha amiga, é a única pessoa que eu conheço que sabe deste blog e que o lê. Sei que vou apanhar nas orelhas dela, mas não quero saber. Não posso estar sempre a incomodá-la.
Fui ontem à nutricionista, que me mandou fazer análises à tiróide.
Tenho tudo contra mim. Tenho que tomar cortisona diariamente, não tenho tempo para desporto, não posso correr porque sou asmática, não como porcarias, só como praticamente saladas, legumes, grelhados, estufados e cozidos, tudo sem gordura, não como bolos nem fritos, e continuo a engordar. Recuperei os 17kg que tinha conseguido perder. E isso frustra-me. Frustra-me imenso ver gente a queixar-se, como a minha irmã, porque está gorda. Fodasse, ela veste o 34! Dá-me vontade de ser má e dizer-lhe que havia de ter o corpo que eu tive na idade dela. Em que ninguém se aproximava de mim. Em que nunca nenhum rapaz se interessou por mim porque eu era gorda. Era "a gorda", "a obesa", "a marrona". Pois claro! Livros nunca me criticaram! Nem me gozaram!
Tenho tanta merda na minha cabeça...
Em princípio vou ter uma oferta de trabalho. Implica sair do Algarve. Oferecem-me contrato, subsídios, segurança social, vou ganhar o mesmo que aqui. Implica sair do Algarve. E dizer isso à minha mãe? Não dá. Ela amuou quando aos 17 anos fui para a Universidade, amuou quando fui de Erasmus, já me começou a dizer "que não vou servir para nada depois de casada, não vou estar ali para ela quando ela mais precisar".
Fodasse.
Mais valia ter ficado sozinha a vida toda e cuidar dela. Que me importava? Assim como assim, não ouvia estas bocas que magoam mais que alguém pode imaginar.
Se amo o E.? Sim, amo. Se quero casar com ele? Sim, quero.
Mas sei que é mais para fugir deste ambiente que outra coisa qualquer...
O C. continua a mexer comigo. Mandei-lhe uma mensagem na 6f, à qual não respondeu. Tudo bem, eu não estava à espera. Então porque mandou uma no domingo a pedir desculpa por não ter respondido antes?
E mais uma vez, na aula de 3f, cabeças juntas, toques para aqui, toques para ali... já toda a gente se deu conta, até o E. me disse que já sabia que ele gostava de mim, que se via nos olhos dele. Graças a Deus, não viu que eu estou ligeiramente interessada nele. Que leva um gajo comprometido há 3 anos e meio a continuar a mandar-me sinais, olhares, toques, mensagens? Que caralho queres tu, C.?
Peço desculpa pela linguagem, mas hoje estou mesmo mal, precisava de desabafar.
Já ontem estava assim. Tentei dizer ao E. que não estava bem. Que precisava que ele fosse à net para falarmos. Não. Ir para o computador fazer a música dele era mais importante. Tudo bem, eu tento entender. Pedi-lhe então para ir ao meu blog. Tinha-lhe deixado uma postagem, dedicada a ele, e outras a dizer que não estava tão bem.
Foram vocês? Assim foi ele.
Estou triste.
Estou com fome.
Saber que estou a dieta, ainda que com ajuda de acupuntura, deixa-me nervosa e só me apetece comer merdas.
E depois vem ele dizer-me que a culpa de estar assim é minha, e que tenho de aprender a controlar os nervos, e que não lhe bata, e que ele só quer ajudar. Claro. Dizendo que gostava mais do meu corpo se ele fosse como os das revistas. Eu já tenho uma autoestima tão baixa que essa ainda me deitou mais abaixo. E depois não acredita quando eu lhe digo que para mim o corpo dele é perfeito. Que não o imagino de outra maneira qualquer.
Sou muito estúpida, sei que sou.
Mas estou de uma maneira...
Sinto-me perdida, sem saber que rumo tomar.
Não posso falar do novo emprego à minha mae enquanto não tiver certezas, porque sei que ela não o vai aceitar, implica sair de casa de vez, e ela nunca vai aceitar isso, e vai amuar, e eu já estou a stressar com isso... mesmo... mas fazer o que? Continuar aqui, onde me desgasto? Onde ando sempre nervosa, stressada, triste e a chorar?
Sei lá...
Estou confusa, embirrenta, chata, triste, daqui por 5 mn o E. vai telefonar e já estou mesmo a ver que vai haver merda... não estou com paciência para conversa da chacha... mesmo...

2 comentários:

  1. =(

    Oh querida...

    =(

    Epa nem sei que te diga! Compreendo-te tão bem...

    Pensa em ti e só em ti! Torna-te egoista por amor de Deus!

    Vive por ti e luta por ti!

    Please, esquece o resto!

    ResponderEliminar
  2. epa linda tens que ter paciensia eu tenho quase 16 anos e nao agento a minha vida eu e que faço tudo tou danada pa pegar nas minhas coisas e ir e embora mas nao posso porque nao tenho 18 anos...eu tambem sou muito stressada mas temos que ter paciensia e força e nunca perder a fe que um dia possamos ganhar...bjs fica bem

    ResponderEliminar

Desabafa... mas com juízo.